palavras em fuga
da impotência do mundo
encontram refúgio
no quintal do poeta
vasto como a noite
que reside os poemas
que serão ainda escritos
a celebrar segredos.
não há portões
não há telhados
apenas a terra
à espera do espanto
se espreitam no estreito
na fresta dos barulhos
e na câmera lenta
do vôo dos passos.
o mundo escondido das coisas
este o quintal do poeta
onde não há paredes
apenas janelas com visto pro espaço
para atravessar o verbo
só é preciso três atos:
colecionar detalhes
focalizar milagres
e descobrir silêncios.