Psoríase


tenho marcas no meu corpo
itinerantes feito o tempo
que me revestem de cansaço
se espalham quando trato
e se acatam no caminho
mesmo a pílula me descasca
ao passo meu lábio quieta

tenho olhares de outros olhos
que me insistem aos retraios
tenho um ímã ao contrário
que me choca a cada choque
careço de muito mais toques
em doses homeopáticas
das curas feitas de chama

tenho placas que me avisam
da secura do meu tempo
dos limites destes ventos
só o mar é o meu remédio
o oceano é o enfermeiro
enquanto os dias me convidam
a ancorar neste concreto