Apagos


Uma vela que assopro
teimosa, me desafia
Sombramento vacilante
aquarela saborosa
é assim com toda vela –
todo tempo demarcado
que não finda, sufocando –
Sempre ela, impedante, reascende
a menos que abrute o sopro
ou que a toque com a mão fria
Dessa frieza me esquivo
mas da quentura, acasulo.

Apagos:
Sei que isto é preciso
Se navegar é impreciso
E confesso:

Toda porta aberta
que me convida a entrar
é a trilha certa
da qual insisto esquivar


Apagos:
São novas velas que se acendem